sexta-feira, 2 de maio de 2014

Documento de Estratégia Orçamental - Mais roubos e mais mentiras no caminho de exploração e empobrecimento


1. A divulgação do Documento de Estratégia Orçamental constitui um passo mais na escalada do roubo dos salários e rendimentos dos trabalhadores e do povo.

Suportada num descarado exercício de mentira e mistificação, o que o Governo prepara para 2015, e ambicionaria prosseguir para os anos seguintes, é a intensificação de uma política de agravamento das injustiças e desigualdades, de aumento de exploração dos trabalhadores e favorecimento do grande capital nacional e estrangeiro, de redução do poder de compra da generalidade da população e de asfixia da atividade económica e das pequenas e médias empresas.

2. Uma política de mentira porque ao contrário do que o governo proclama o que sucederá em 2015 é, não a reposição de salários ou pensões de reforma, mas sim a confirmação do seu roubo, tornado permanente aquilo que anunciara ser transitório para o período do chamado programa de «assistência financeira».

Uma política de aumento de exploração, de acentuação das injustiças, de empobrecimento e redução do poder de compra da população porque o governo não só mantém a carga fiscal brutal sobre os rendimentos dos trabalhadores (por via do IRS) como anuncia o aumento da TSU para todos os trabalhadores e um novo agravamento do IVA, ao mesmo tempo que mantém o bónus fiscal por via do IRC para o grande capital e os seus lucros.

Situação que se vê agravada para os trabalhadores da Administração Pública com os cortes decorrentes da imposição da Tabela Remuneratória Única, dos cortes nos suplementos e no aumento dos descontos para a ADSE. E que para os reformados e pensionistas se traduzirá no agravamento da sua situação com a substituição de uma contribuição apresentada como sendo de natureza extraordinária (a CES) por uma nova taxa de carácter permanente, a que acresce o impacto do aumento do IVA que também sobre eles recairá.

As medidas agora anunciadas contribuirão para uma nova contração do mercado interno que não só arrastará ainda muitas centenas de pequenas e médias empresas para a falência como será um factor de estrangulamento ao crescimento económico.

O PCP denuncia ainda a colossal mistificação e embuste por parte do governo que faz crer que prescinde de uma diminuta parcela do colossal roubo nos salários e pensões de reforma quando, na verdade, sobrecarrega os trabalhadores com mais contribuições com o aumento de preços de todos os produtos e bens essenciais.

4. Inseparáveis do Pacto de Agressão que PSD, CDS e PS subscreveram, e também dos compromissos destes partidos com o Tratado Orçamental da União Europeia para perpetuar o atual rumo de exploração, estas medidas tornam ainda mais atual e urgente a exigência da derrota do governo e da sua demissão, a ruptura com a política de direita que ao longo dos anos e mais recentemente com os PEC e o Pacto de Agressão inferniza a vida dos portugueses e do País. E reforçam ainda a importância decisiva do reforço da CDU enquanto factor decisivo para a construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.

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