Conhecemos a insatisfação de algumas pessoas que
são proprietárias de imóveis no concelho de Setúbal a propósito das taxas do
IMI, insatisfação, que consideramos justa, em particular agora que, após a
reavaliação dos imóveis efetuada pelos serviços das finanças por determinação do governo PSD/CDS,
muitos Setubalenses são confrontados com consideráveis aumentos dos valores a
pagar por este imposto.
Porém, é imperioso que se clarifique que, ao contrário do que alguns afirmam, a Câmara Municipal não agravou a taxa para o máximo. Não agravou, pela simples razão de que já estava obrigada a praticar taxas máximas, a do IMI e as outras, desde 2004 por determinação legal decorrente do Contrato de Reequilíbrio Financeiro que a autarquia foi forçada a celebrar com o Governo da altura para fazer face a situação de pré ruptura financeira da câmara municipal resultante de 16 anos de gestão do Partido Socialista, ruinosa do ponto vista financeiro e que provocou atrasos no progresso e desenvolvimento de Setúbal. A câmara municipal tem sido, infelizmente, obrigada a aplicar as taxas máximas para pagar os 30 milhões de euros de dívidas herdadas em 2002 e que ainda hoje continua a pagar.
É importante que se tenha em consideração o que
nos conduziu até aqui: neste caso, uma situação de ruptura financeira em 2002,
provocada pela atuação de quem geriu a autarquia até então e que forçou a
câmara municipal, a aceitar as negativas condições legais do Contrato de
Reequilíbrio Financeiro para garantir que poderia continuar a funcionar e a
prestar os serviços que são indispensáveis a todos nós, como a recolha do lixo,
a manutenção de vias e espaços verdes, a satisfação de compromissos com várias
entidades e mesmo o pagamento de salários dos trabalhadores da autarquia e
projetar e executar projetos e obras que responderam aos anseios e aspirações
dos Setubalenses.
O que está aqui em causa é a assunção plena de
responsabilidades pela CDU pela resolução dos graves problemas financeiros da
autarquia e que era preciso resolver. O Contrato de Reequilíbrio Financeiro,
instrumento a que recorreram menos de cinco câmaras municipais em todo o país,
era, na época a única forma de resolver estes problemas.
Foi o que a CDU fez, assumindo, a
responsabilidade de resolver problemas que outros criaram, assumindo, também,
toda a impopularidade que esta decisão criou. Acreditamos que esta era a única
via, naquele momento, para podermos avançar na gestão da cidade e do concelho,
ao mesmo tempo que se honravam compromissos assumidos.
A CDU desde há muito que se bate pela alteração
das condições de financiamento das autarquias
questão que tem contado com a oposição de sucessivos governos do PS,
PSD/CDS .
Já agora, é importante clarificar que, na
península de Setúbal, e embora não tenha as mesmas condicionantes que tem a
Câmara Municipal de Setúbal, em particular as que decorrem do Contrato de
Reequilíbrio Financeiro, existe mais uma autarquia, a do Montijo, que aplica os
valores máximos de IMI desde 2003.
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