Os prejuízos do
primeiro semestre - 3577 milhões de euros - hoje revelados pela nova
administração do BES, da confiança da Ministra das Finanças, Banco de Portugal
e os ainda acionistas Família Espírito Santo, evidenciam a ligeireza e pouca
transparência com que Governo e autoridades de supervisão têm abordado a
situação. Aliás, ontem foi tornado público pela imprensa que o Banco de
Portugal terá, em data recente, feito uma injeção de liquidez no BES, coisa que
estranhamente o seu Governador ocultou dos deputados da Comissão de Orçamento e
Finanças da Assembleia da República (COFAP) na audição de Julho. A cada dia que
passa alarga-se o abismo do desastre financeiro do BES/GES e os riscos, ou as
certezas, dos seus possíveis e graves impactos na economia portuguesa!
Está assim, e ainda
mais atual, a exigência do PCP de um apuramento rigoroso da situação, dos
responsáveis e das consequências dos desastres do BES/GES, nomeadamente, a real
exposição de outras entidades do sector financeiro e grandes empresas àqueles.
Reafirmando ser indispensável a intervenção dos poderes públicos para limitar
danos e salvaguardar o interesse público e a economia nacional, o PCP insiste
na recusa de que se faça recair sobre os trabalhadores e o povo a factura da
canalização de dinheiros públicos, o que vai sendo indiciado pelas declarações
de alguns responsáveis. Todos os prejuízos devem ser ressarcidos pelo
património e recursos da família Espírito Santo e demais acionistas
institucionais.
O PCP reitera a
necessidade de serem salvaguardados os interesses dos pequenos aforradores e
das pequenas e médias empresas, e alerta para as manobras já em curso, para
fazer recair sobre os trabalhadores do BES e GES – mais de 20 mil – os custos
da gestão danosa, especulação financeira e abusiva captura pessoal de capitais
e rendimentos, através de despedimentos massivos, que sob a capa de
reestruturações se encontram já na agenda dos responsáveis do Grupo e Banco
Espírito Santo.
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