Criando e
promovendo a generalização de focos de tensão e de desestabilização em
praticamente todas as regiões do mundo, os EUA com os seus aliados da NATO e da
União Europeia fomentam a agressão e lançam a guerra contra todos aqueles que,
defendendo a sua soberania e independência nacional, resistem às pretensões de
imposição do seu domínio mundial.
Neste quadro assume
particular gravidade a criminosa agressão de Israel à população palestiniana da
Faixa de Gaza, que após um mês de sistemáticos e indiscriminados
bombardeamentos, que não pouparam escolas, hospitais, mesquitas e, mesmo,
instalações da ONU, já provocou a morte de cerca de 2000 palestinianos e mais
de 9000 feridos – incluindo milhares de crianças – e a destruição de habitações
e inúmeras infraestruturas básicas, essenciais à garantia das condições de vida
da população palestiniana.
Este novo massacre
e ato de terrorismo de Estado de Israel, cometido com o apoio dos EUA e da
União Europeia, exige a mais veemente condenação. A interrupção da ofensiva
militar do exército israelita na Faixa de Gaza não representa o fim da agressão
sionista – a ilegal e criminosa ocupação e a opressão do povo palestiniano
continuam.
É inadmissível que
o Governo português, ignorando a explícita obrigação constitucional, não só não
tenha condenado a agressão israelita, como silencie a exigência da aplicação
das resoluções da ONU que obrigam à retirada de Israel dos territórios árabes
ocupados em 1967 e o reconhecimento do direito do povo palestiniano ao seu
próprio Estado independente e soberano.
Reafirmando a sua
solidariedade com a justa causa e heroica luta de libertação nacional do povo
palestiniano frente à opressão do Estado de Israel, o PCP apela à participação
no ato público «Palestina livre! Fim à agressão! Fim à ocupação!», promovido
por diversas organizações, que se realiza amanhã, 7 de Agosto, pelas 18 horas,
frente à Embaixada de Israel, em Lisboa.
Por outro lado, na
sequência do golpe de Estado de Fevereiro – fomentado e apoiado pelos EUA, UE e
NATO e concretizado com a participação determinante de forças de assumido cariz
fascista e neonazi – prossegue na Ucrânia, sob um manto de silêncio e de
premeditada deturpação da realidade, uma brutal campanha de repressão contra as
populações que recusam o fascismo e não se submetem ao poder golpista.
A criminosa
operação militar que as autoridades de Kiev estão a intensificar contra a
população ucraniana da região do Donbass – em que participam grupos
militarizados neofascistas – já provocou, na sequência do massacre de Odessa,
milhares de vítimas e centenas de milhar de refugiados. Operação militar que se
integra numa mais ampla campanha de violação de liberdades e direitos
fundamentais, onde se inscrevem sistemáticos atos de intimidação, perseguição e
violência contra os comunistas e outros democratas e o objectivo declarado de
ilegalizar o Partido Comunista da Ucrânia.
A grave evolução da
situação na Ucrânia é parte integrante do avanço do imperialismo para Leste
após as dramáticas derrotas do socialismo e da perigosa escalada de tensão e
confronto dos EUA e da UE contra a Federação Russa, que, a não ser travada,
representará uma séria ameaça para a paz na Europa e no mundo.
Sublinhando a
necessidade de se encetar um processo político entre as partes, o PCP reitera a
solidariedade com os trabalhadores e o povo ucranianos e os seus anseios e luta
por uma Ucrânia livre, soberana, democrática e de progresso social.
O PCP reafirma a
sua veemente condenação da campanha repressiva e persecutória contra os
comunistas ucranianos e outras forças democráticas e a sua solidariedade com os
que na Ucrânia resistem e se erguem em defesa dos seus direitos, contra o poder
e a opressão dos oligarcas e do imperialismo e a ameaça neofascista.
A agressão militar
israelita à população palestiniana da Faixa de Gaza e o premeditado agravamento
da situação na Ucrânia são parte integrante da estratégia de domínio mundial do
imperialismo, em que se inscrevem a destruição da Jugoslávia; a guerra e
ocupação do Afeganistão, do Iraque e da Líbia e a desagregação destes países
enquanto Estados soberanos; a operação contra a Síria; as sanções e ameaças
sobre o Irão; a crescente ingerência, intervencionismo militar e operações de
recolonização em África; a galopante militarização do Extremo Oriente visando a
China; a permanente tensão na Península da Coreia; o revanchismo e
expansionismo japonês; ou o bloqueio contra Cuba e a ingerência e a
desestabilização na Venezuela e noutros países da América latina.
Instrumentalizando
hipocritamente os «direitos humanos» e o «dever de ingerência humanitária», com
o recurso a amplas campanhas de desinformação e de manipulação com que procuram
branquear os seus criminosos objectivos e ações, os EUA e seus aliados violam
sistematicamente a Carta da ONU e a legalidade internacional, agredindo a
soberania dos Estados e os direitos dos povos, intensificando a exploração,
implementando medidas antidemocráticas e promovendo e perpetrando criminosas
guerras.
No quadro do
aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, o imperialismo procura
assegurar o domínio da exploração de recursos e de posições geoestratégicas,
reprimindo a resistência e luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos
seus inalienáveis direitos e legítimas aspirações – política a que sucessivos governos
têm vindo a amarrar Portugal.
Portugal deve
romper com a política de submissão aos EUA, à NATO e à UE que o está a envolver
nas operações agressivas do imperialismo, a arruinar o País e a comprometer a
própria soberania e independência de Portugal.
Os círculos mais
agressivos do imperialismo estão a lançar a Humanidade numa espiral de
exploração, opressão e guerra. Está ao alcance dos povos impedi-lo.
69 anos depois do
lançamento de bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, o PCP reafirma a atualidade
e a premência da luta pela paz e o seu empenho em contribuir para o reforço do
movimento da paz e de solidariedade com os povos vítimas da agressão
imperialista.
Recordar Hiroshima
e Nagasaki é não esquecer as suas centenas de milhar de vítimas e, em sua
memória, intervir para que nunca mais a Humanidade venha a sofrer o horror
nuclear.
No ano em que se
comemora o 40º aniversário da Revolução de Abril, que pôs fim à ditadura
fascista, o PCP apela a todos os democratas e patriotas para que intensifiquem
a luta contra o fascismo, contra o militarismo, contra a ingerência e a guerra
imperialistas e pela paz, pelo desarmamento – em particular, pelo desarmamento
nuclear –, pela resolução pacífica dos conflitos, pelo fim das bases militares
estrangeiras, pela dissolução dos blocos político-militares, pelo respeito da
soberania e independência nacional, pelo progresso social e a amizade e a
cooperação entre os povos.
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