quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Emprego do 2º trimestre de 2013, dois anos após a assinatura do Pacto de Agressão


1. Os dados hoje divulgados pelo INE, referentes ao Inquérito ao Emprego do 2º trimestre de 2013, não revelam qualquer alteração na situação de desastre económico e social em que o país se encontra mergulhado, nem traduzem uma efetiva melhoria da situação do emprego e do desemprego em Portugal. A variação em cadeia da taxa de desemprego em sentido restrito do 1º para o 2º trimestre do corrente ano de 17,7% para 16,4% é marcadamente sazonal, tendo ocorrido em praticamente todos os anos (nos últimos 16 assim não aconteceu em apenas 3).

2. No 2º trimestre de 2013 o desemprego em sentido restrito atingiu os 886 000 trabalhadores, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 16,4% e em sentido lato 1 428 000 trabalhadores, uma taxa de desemprego de 25,2%.

O que é relevante e significativo nos números do desemprego hoje conhecidos é o que o resulta da sua comparação com períodos homólogos. O que o Governo não consegue esconder, por mais apressados sinais de viragem que apregoe, é que a taxa de desemprego do 2º trimestre de 2012 para o 2ª trimestre de 2013 subiu de 15% para 16,4% e o nº de trabalhadores no desemprego em sentido restrito aumentou 59,1 mil. E que, ao mesmo tempo, entre estes dois trimestres homólogos a destruição de emprego foi de 182 600 empregos.

O que o Governo não consegue iludir, por mais infundados sucessos que procure apresentar, é que nos últimos 2 anos, entre o 2º trimestre de 2011 e o 2º trimestre de 2013 foram destruídos em Portugal 387 400 postos de trabalho, 211 000 trabalhadores foram para o desemprego e a taxa de desemprego em sentido restrito agravou-se 36%, passando de 12,1% no 2º trimestre de 2011 para 16,4% no 2º trimestre de 2013.

3. A destruição de emprego nos últimos 12 meses foi impressionante. Perderam-se entre o 2º trimestre de 2012 e o 2º trimestre do corrente ano 182 600 empregos. Por sectores essa destruição foi de 18 500 postos de trabalho na Agricultura, 40 300 na Industria Transformadora, 72 600 no sector da Construção e 47 500 postos de trabalho no sector dos Serviços.

Os dados do desemprego agora revelados não refletem as dezenas de milhar de portugueses que se viram forçados a emigrar, cerca de 140 mil nos últimos 2 anos e perto de 100 mil no último ano, que desistiram de procurar emprego e que, com o fim do período do subsídio de desemprego a que tinham direito, deixaram de caminhar para os Centros de Emprego.

4. A análise da evolução do emprego por sectores do 1º para o 2º trimestre do ano explica a sazonalidade atrás referida. Dos 72 400 empregos criados do 1º para o 2º trimestre do ano, 46 200 foram-no na Agricultura e 33 000 empregos no sector dos Serviços, enquanto o sector Secundário perdeu cerca de 7 mil empregos. Ou seja, cerca de 2/3 do emprego criado do 1º para o 2º trimestre do corrente ano foi absorvido pelo sector agrícola e o restante pelos serviços, e é marcadamente sazonal.

Outros dados impressivos destes resultados agora divulgados são sem dúvida: o facto de a taxa de desemprego dos jovens, apesar da sua taxa de atividade ser bem inferior à dos outros grupos etários, ter atingido no 2º trimestre de 2013 os 37,1%, o facto de 61,9% dos desempregados (548 400) estarem no desemprego há mais de um ano e de 126 400 desempregados serem licenciados, mais 17,5% do que no 2º trimestre de 2012.

5. O que a situação do país revela é que a demissão de Governo e o fim da política que tem vindo a ser prosseguida é cada vez mais um imperativo nacional, sob pena de o nosso país poder ver agravada a depressão económica e social, para que foi arrastado pela aplicação do Pacto de Agressão, subscrito por PS, PSD e CDS, a partir de Junho de 2011, com impacto extremamente negativo na vida dos trabalhadores e do povo.

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