No encontro que acabámos de
realizar manifestaram-se algumas das mais significativas diferenças de opinião
e mesmo divergências quanto às soluções e respostas indispensáveis para tirar o
País da situação para onde foi atirado por anos de política de direita e pelo
chamado memorando de entendimento subscrito por PS, PSD e CDS com a troika
estrangeira e pela ação devastadora do atual governo.
Expressámos ao PS a nossa convicção
que não há nem crescimento económico nem criação de emprego sem rejeitar o
Pacto de Agressão; que não é possível dinamizar o investimento público e
privado ou pôr o país a crescer, sem renegociar a dívida e estabelecer,
negociada ou unilateralmente, um montante para o serviço da dívida compatível
com aqueles objectivos.
A demissão do governo e a
realização de eleições são, sem dúvida, uma exigência e um imperativo
nacionais.
Mas a questão essencial e decisiva
reside em assegurar que à derrota do governo se some a ruptura com a política
de direita, que se rejeitem e abandonem as manobras para perpetuar o Pacto de
Agressão sem a troika, por via da subordinação às políticas e diretivas da
União Europeia como o PS sustenta e defende. Ou que se pretenda, de outra
forma, manter a política de austeridade e consolidação orçamental como o PS
explicitamente assumiu no seu Congresso.
É por isso que muitos portugueses,
onde se incluem milhares de socialistas, não compreendem nem aceitam que a direção
do PS continue a reafirmar a sua disponibilidade para encontrar na direita –
PSD e CDS – parceiros de futura governação, indiciando assim a vontade de
prosseguir a mesma política que levou o país à situação em que se encontra.
Só com uma política patriótica e de
esquerda, que inscreva como objectivos recuperar a soberania económica,
orçamental e monetária e repor os direitos e rendimentos roubados aos
trabalhadores e ao nosso povo, é possível dar solução aos problemas nacionais,
assegurar os direitos sociais constitucionalmente consagrados, criar emprego e
elevar as condições de vida dos portugueses, dar futuro a milhares de pequenas
e médias empresas hoje condenadas à falência.
Os que insistem em manter o país
amarrado ao memorando de entendimento com a troika e subordinado à União
Europeia e ao federalismo são responsáveis por bloquear o caminho para a
política alternativa indispensável ao País.
Aos que aspiram a uma verdadeira
mudança na vida política, a todas as forças e personalidades empenhadas em
romper com a política de direita, a todos os trabalhadores e ao povo português
dizemos que esse objectivo estará tão mais perto de ser realizado quanto mais
força e mais influência o PCP tiver.
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