sexta-feira, 7 de junho de 2013

Encontro do PCP com o PS


No encontro que acabámos de realizar manifestaram-se algumas das mais significativas diferenças de opinião e mesmo divergências quanto às soluções e respostas indispensáveis para tirar o País da situação para onde foi atirado por anos de política de direita e pelo chamado memorando de entendimento subscrito por PS, PSD e CDS com a troika estrangeira e pela ação devastadora do atual governo.

Expressámos ao PS a nossa convicção que não há nem crescimento económico nem criação de emprego sem rejeitar o Pacto de Agressão; que não é possível dinamizar o investimento público e privado ou pôr o país a crescer, sem renegociar a dívida e estabelecer, negociada ou unilateralmente, um montante para o serviço da dívida compatível com aqueles objectivos.

A demissão do governo e a realização de eleições são, sem dúvida, uma exigência e um imperativo nacionais.

Mas a questão essencial e decisiva reside em assegurar que à derrota do governo se some a ruptura com a política de direita, que se rejeitem e abandonem as manobras para perpetuar o Pacto de Agressão sem a troika, por via da subordinação às políticas e diretivas da União Europeia como o PS sustenta e defende. Ou que se pretenda, de outra forma, manter a política de austeridade e consolidação orçamental como o PS explicitamente assumiu no seu Congresso.

É por isso que muitos portugueses, onde se incluem milhares de socialistas, não compreendem nem aceitam que a direção do PS continue a reafirmar a sua disponibilidade para encontrar na direita – PSD e CDS – parceiros de futura governação, indiciando assim a vontade de prosseguir a mesma política que levou o país à situação em que se encontra.

Só com uma política patriótica e de esquerda, que inscreva como objectivos recuperar a soberania económica, orçamental e monetária e repor os direitos e rendimentos roubados aos trabalhadores e ao nosso povo, é possível dar solução aos problemas nacionais, assegurar os direitos sociais constitucionalmente consagrados, criar emprego e elevar as condições de vida dos portugueses, dar futuro a milhares de pequenas e médias empresas hoje condenadas à falência.

Os que insistem em manter o país amarrado ao memorando de entendimento com a troika e subordinado à União Europeia e ao federalismo são responsáveis por bloquear o caminho para a política alternativa indispensável ao País.

Aos que aspiram a uma verdadeira mudança na vida política, a todas as forças e personalidades empenhadas em romper com a política de direita, a todos os trabalhadores e ao povo português dizemos que esse objectivo estará tão mais perto de ser realizado quanto mais força e mais influência o PCP tiver.

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