Apresentamos hoje os candidatos à
Presidência da Câmara e da Assembleia Municipal de Setúbal.
As candidaturas da Maria das Dores
Meira e de Palma Rodrigues dão expressão e rosto a um projeto coletivo que, com
a participação, o trabalho e a contribuição de muitos outros eleitos,
trabalhadores da autarquia, ativistas associativos, população em geral,
inscreve como objetivo o de prosseguir uma gestão ditada pelos valores de
Abril, centrada no bem-estar de quem aqui vive e trabalha.
A CDU não precisa de fazer prova do que tem representado na gestão das autarquias.
Aqui, em Setúbal, bem se sabe isso
por experiência própria, uma experiência reforçada por aquele período de má
memória, em que o PS desgovernou este município e o levou à beira da falência e
que os setubalenses não querem ver de volta.
Aqui se valoriza e reconhece um
trabalho e uma obra que mostrou o valor superior da gestão pública, que
testemunhou que os padrões de qualidade do serviço público são, não só
possíveis, como um imperativo para melhor servir as populações.
Um trabalho e uma obra que
assinalam de modo distintivo a atenção que o nosso projeto dá aos trabalhadores
da autarquia, a valorização que lhes atribuímos, uma atenção tão mais importante
quanto são alvo de uma ofensiva sem precedentes contra os seus direitos.
Nunca umas eleições autárquicas
estiveram tão ligadas às questões mais gerais do país, nem, nunca como agora, a
defesa do Poder Local democrático (esse poder local que neste concelho e neste
distrito bem se sabe o que representou de progresso e de desenvolvimento local)
esteve tão ligado à luta mais geral contra a política de direita, o Pacto de
Agressão em que esta política atualmente se suporta e à concretização de uma
política alternativa.
A ofensiva contra o Poder Local é
parte integrante do processo de exploração, empobrecimento, limitação
democrática, saque fiscal, restrição de políticas públicas que o governo tem em
curso.
Uma ofensiva que não é em abstrato contra o Poder Local ou contra os eleitos, mas sim, uma ofensiva contra as populações, os seus direitos e as suas condições de vida.
Uma ofensiva que não é em abstrato contra o Poder Local ou contra os eleitos, mas sim, uma ofensiva contra as populações, os seus direitos e as suas condições de vida.
Não é possível afirmar-se com
honestidade qualquer atitude de defesa do Poder Local sem inscrever como
objetivo a rejeição do Pacto de Agressão, a derrota do governo e da política de
direita.
A verdade é esta. A ofensiva contra
o Poder Local que agora conhece nova intensidade é filha da política de
direita, da responsabilidade não só do atual governo e da atual maioria mas
também do PS.
Olhe-se por onde se olhar, para o
tempo presente ou para o passado recente, e é isso que os factos testemunham.
A redução significativa de
autarquias, a alteração à Lei de Finanças Locais, a lei dos compromissos, a
destruição de emprego público, a privatização da água ou o roubo do direito à
saúde e à educação, mais não são do que a concretização do Pacto que PS, PSD e
CDS subscreveram com a troika estrangeira.
E ainda a extinção das freguesias
dava os primeiros passos com Relvas e o PSD e já António Costa e o PS tinham
preparada a liquidação de quase metade das freguesias da cidade de Lisboa.
A verdade, é que não há nem defesa
do Poder Local, nem crescimento económico e criação de emprego, nem solução dos
problemas nacionais sem rejeitar o Pacto de Agressão, sem demitir o governo e
realizar eleições, sem derrotar a política de direita.
É por essa razão que muitos
milhares de portugueses não compreendem, nem aceitam que a direção do PS
continue a fingir que quer eleições, a fingir que quer mudar de política e, ao
mesmo tempo, vai jurando fidelidade ao memorando com a troika, vai anunciando
que, com o PS, a contenção orçamental e a austeridade são para valer e
continuar, vai silenciando qualquer compromisso sobre a reposição dos direitos
e salários roubados, vai afirmando querer fazer das eleições autárquicas a
primeira volta das legislativas.
É por isso que cada vez mais
portugueses, incluindo milhares de eleitores socialistas não percebem que o PS,
por cálculo político, prefira deixar o governo PSD/CDS prosseguir a obra de
destruição da vida de milhões de portugueses.
Não percebem que o PS prefira,
desprezando as dificuldades e o desespero de milhões de portugueses, pensar
mais em poder vir em Outubro a cobrar eleitoralmente, do que em se opor e lutar
pela demissão deste governo.
Quem assim age não merece o voto de
todos quantos condenam a atual política e a querem ver derrotada!
Todo o esforço que o Poder Local
vem realizando para melhorar as condições de vida das populações tem a
contrariá-lo as políticas nacionais deste governo do PSD/CDS e a aplicação do
Pacto de Agressão. O governo fala de sucesso da sua política mas, a cada
sucesso anunciado, cai-nos em cima uma nova desgraça. A cada sucesso celebrado,
corresponde no país a problemas agravados.
Não há palavras para classificar
esta insensibilidade e esta obsessão doentia por uma política de exploração e
austeridade sem limites que está a conduzir o país para o abismo. Só a cega
obediência aos interesses do grande capital económico e financeiro e ao seu
programa de exploração dos povos, pode explicar tal avaliação do programa do
Pacto de Agressão!
Só a defesa cega desses interesses
pode explicar que, apesar desta evolução catastrófica, ainda se venha persistir
no mesmo caminho, reforçando a receita que está na origem deste contínuo
afundamento, com a concretização nos próximos dois anos de um brutal programa
de austeridade e concentração de riqueza que definiu com o FMI, envolvendo
cortes no valor de 4 700 milhões de euros.
Um programa que temos caracterizado
como de terrorismo social e que significa novos cortes de salários, nos
rendimentos dos reformados e pensionistas, dezenas de milhar de despedimentos,
um novo assalto aos direitos dos trabalhadores, um passo mais na liquidação de
direitos sociais com novos e arrasadores cortes na saúde, na proteção social e
na educação, um ataque aos militares e forças de segurança.
Medidas que se traduzirão em mais
recessão, em mais desemprego que atingirão toda a atividade económica e a vida
de milhões de famílias!
Mais do que nunca, aos olhos dos
trabalhadores e do povo, está clara a opção a fazer: ou derrotar e demitir este
governo, ou aceitar o futuro de pobreza e de miséria a que Passos e Portas
querem condenar o país.
Mais do que nunca, aos olhos dos
trabalhadores e do povo, está clara a opção a fazer: ou aceitar uma política
que lhes arruína a vida e hipoteca o futuro do país ou, pelo contrário, dar
força a uma política alternativa patriótica e de esquerda que promova a
produção nacional, valorize os salários e as pensões, defenda os serviços
públicos e as funções sociais do estado, assuma o controlo das empresas e
sectores estratégicos - a começar pelo sector financeiro – e rompa com o rumo
de integração capitalista da União Europeia.
Os trabalhadores e o povo deste
concelho precisam de mais CDU nos órgãos municipais e nas freguesias. Mais CDU
para melhor resolver os problemas locais, para melhor defender o Poder Local
democrático e o que ele representa de conquista de Abril.
Mas precisam sobretudo de uma CDU
com mais força para defender os seus direitos, enfrentar a liquidação dos seus
direitos que a política do governo e o Pacto de Agressão estão a impor.
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