quarta-feira, 22 de maio de 2013

Apresentação dos cabeças de lista da CDU à CMS - Intervenção de Rogério da Palma Rodrigues



Intervenção de Rogério da Palma Rodrigues - 21 de maio de 2013 – Fortaleza de São Filipe

AMIGOS, COMPANHEIROS E CAMARADAS

Apenas algumas palavras, essencialmente para vos exprimir a alegria que me causa e a honra que sinto por poder partilhar convosco este início de uma longa jornada.

Alegria e honra porque a CDU tem um passado edificante e olha o futuro com realismo, sabendo como sabe avaliar a violência e a trama da luta de classes, mas sabendo também que a sua visão da sociedade do futuro se insere no devir histórico donde estão ausentes a exploração e a opressão.

Esta que temos pela frente é uma jornada nada fácil, tal como tudo o que respeita, nestes funestos tempos que passam, à vida da esmagadora maioria dos nossos concidadãos.

Mas essa é, também, a razão maior do nosso empenhamento nesta luta, por sentirmos que tudo o que estiver ao nosso alcance terá de ser feito para pôr fim ao processo político degradante e de lesa pátria, prosseguido por governantes neoliberais, netos ideológicos do ultra conservador Otto Bismarck, serventuários do grande capital financeiro, apostados em não deixar pedra sobre pedra, num país donde tentam expulsar grande parte do seu povo.

Apostados em ”fazerem um deserto e chamarem-lhe paz...” como diria Públio Cornélio Tácito. Tal como tantas vezes dissemos antes e sempre repetiremos:
- Não passarão!

Todos podemos, todos devemos, integrar-nos no processo histórico. Porque toda a participação, só por si, é já uma obra que juntando-se a muitas outras pode resultar numa epopeia.

Mas o individualismo não é o caminho. Temos de juntar esforços e lutar cada vez MAIS, com competência, honestamente, com perseverança pelo bem comum.

Essa é a matriz da CDU, esse é o nosso padrão.

Nos tempos execráveis que vivemos, tem o poder local democrático o dever de mitigar os sofrimentos, na plena consciência de que o lenitivo não altera o rumo da história, pelo que muito mais tem de ser feito para ir às primeiras causas, à origem do mal e extirpá-lo.

Porque estes tempos que vivemos, todo o mal que arrastam, todo o sofrimento que provocam, não são uma fatalidade, não são o nosso destino.!!

Todo este cenário dantesco que é o Portugal de hoje, se pode transformar através da realização de uma política patriótica e de esquerda que, junto a um número crescente de compatriotas esclarecidos, estamos dispostos a protagonizar.

E este pensamento é válido e realizável a qualquer nível, nacional, regional ou local.

Tudo depende de quem detém o poder, de como o usa, em proveito de quem no usa.

Trabalho, honestidade, competência são apanágio da CDU.

Somos pelo Trabalho, somos o partido dos trabalhadores, sabemos que é vital para o país, para a região, para cada família, para cada pessoa, produzir riqueza.

E a CDU, nos territórios que gere, tem sido exemplar. Em Setúbal, basta cotejar o Programa com que se candidatou em 2009 com o realizado, para reparar que em muitos sectores ele foi ultrapassado. O que a Câmara realizou durante o mandato nos campos da Educação, da Cultura, do Planeamento Urbano e Ordenamento do Território, no “empowerment” das Pessoas, é digno dos maiores encómios porque significa um verdadeiro Plano Estratégico para o desenvolvimento participado e sustentável do Município de Setúbal ao qual é imperativo dar continuidade.

Porém, para além da justa satisfação pelo dever cumprido, exigimo-nos sempre MAIS, aliás o nosso lema, sinal a um tempo das necessidades crescentes dos munícipes e da consciência dos autarcas do gigantismo das tarefas a realizar para lhes dar resposta, satisfazendo a procura imparável e diversificada duma sociedade viva.

Todavia, uma Autarquia que zela pelo bem-estar dos seus munícipes, tem, simultaneamente com a melhoria das condições de vida, de providenciar a suficiência e qualidade dos Serviços Públicos, dos de sua responsabilidade ou da responsabilidade do Poder Central, exercendo constante vigilância, que mais não fosse, por razões de proximidade.

É o caso dos Serviços de Saúde, vítimas de uma ofensiva degradante por via de desorçamentação, extinção, transferência e concentração de serviços e de capacidade humana instalada, sem paralelo histórico mas que parece encaminhar-nos de regresso ao longínquo ano de 1900 quando Ricardo Jorge, num gesto pioneiro e muito piedoso, criou os “Serviços de Saúde e Beneficência Pública” suportados pelo Estado para tratar pobres e indigentes, sendo o resto da assistência aos endinheirados, prestada em clínica privada.

E daí a extrema importância de defender um Serviço Nacional de Saúde universal, geral e gratuito (agora tendencialmente...) como o conhecemos, que fortaleça a solidariedade e esbata as desigualdades sociais, uma criação civilizacional que tornou possível aos humanos furtarem-se à selecção natural...
Serviço Nacional de Saúde que corre sérios riscos de desvirtuamento e de captura mercantil, malgrado todos, a começar pelo governo, afirmarem a pés juntos que o adoram e o hão-de defender!

O SNS é hoje, para a vida do Povo Português, o maior sucesso da Revolução de Abril e para o evidenciar cito só dois indicadores:

1º - Mortalidade Infantil em 1975 = 38,9 por mil nados vivos, em 2007 = 3,7 por mil NV. ( PASSOU PARA UM DÉCIMO 30 ANOS DEPOIS )

2º - Índice de Desenvolvimento Humano em que Portugal ocupava em 1980 o 114º lugar do ranking com o índice de 0,639, passando para o 41º lugar em 2011, com o índice de 0,809. ( SUBIU 73 LUGARES )

Note-se que quem hoje ocupa esse degradado 114º lugar do IDH são os territórios da Palestina ocupados por Israel.

Nos últimos anos estes indicadores tão positivos têm vindo a piorar.

Temos consciência de que o essencial do SNS só se defende eficazmente quando convergirem e se articularem a luta dos profissionais e a dos utentes da saúde. Perante a ofensiva em curso, justifica-se toda a atenção.

Mas não basta produzir, é preciso repartir.

Por isso a CDU onde puder assim fará, sendo certo que no tempo presente garantir trabalho é já um modo de repartir riqueza, justo ou injusto é outra questão.

Produzir MAIS, repartir MAIS
. Apetece citar Marx e enunciar o justo princípio da solidariedade:
“De cada qual, segundo a sua capacidade; a cada qual, segundo as suas necessidades.

Se é verdade que o tempo histórico que vivemos não nos permite agora pensarmos na criação de uma sociedade igualitária, também é certo estar já ao nosso alcance uma sociedade mais solidária e mais justa.

Lutemos denodadamente por ela, lutemos, que sem luta não há vitórias!

AMIGOS, COMPANHEIROS E CAMARADAS


Tomemos o nosso lugar no comboio da história rumo ao PROGRESSO e à FELICIDADE!

OBRIGADO

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