O Comité Central do
PCP, reunido a 28 de Junho de 2015, abordou aspectos da situação política,
económica e social; destacou a importância da Marcha Nacional “A Força do
Povo”; debateu e fixou as principais direcções de trabalho com vista às
eleições legislativas, para a luta dos trabalhadores e do povo e para o reforço
do Partido
I - Derrotar a política de direita, construir a
alternativa patriótica e de esquerda
O Comité Central do
PCP assinala que a situação económica e social do país se continua a agravar e
que a propaganda do governo PSD/CDS-PP e do Presidente da República, intervindo
de forma inaceitável como seu porta-voz, de que “o pior já passou”, afronta a
realidade da vida dos trabalhadores e da grande maioria do povo e conflitua com
a verdadeira situação do país.
Sentindo a derrota
a aproximar-se, o governo procura nos últimos meses criar uma política de
factos consumados, em que se destacam o agravamento da exploração e do
empobrecimento dos trabalhadores e do povo, as privatizações, a reconfiguração
do Estado aos interesses do grande capital e a degradação do regime
democrático. Com a divulgação dos programas eleitorais do PSD/CDS e do PS, fica
claro que uns e outros estão comprometidos com os instrumentos e eixos
essenciais da política de direita, colocando o povo e o país perante a
perspectiva de continuação da estagnação, do empobrecimento, da dependência e
declínio nacionais.
A intervenção do
PCP é decisiva, no prosseguimento do combate, denúncia e organização da luta
contra as medidas que a política de direita pretende concretizar antes das
eleições; na afirmação da política alternativa, patriótica e de esquerda; na
dinamização dos elementos de confiança que permitam a construção do reforço
eleitoral da CDU.
Neste quadro, é
ainda mais necessário o reforço do PCP, nos planos político, orgânico,
ideológico, eleitoral e financeiro, factor decisivo para a ruptura com a
política de direita e para abrir caminho a uma política patriótica e de
esquerda.
II - Combater a grave situação económica, social e
política. Não ao declínio nacional.
1. Num quadro marcado pela aproximação ao período eleitoral, em
que o governo procura mistificar e esconder os elementos mais agressivos da sua
política, ou atenuar os seus impactos, não existe um verdadeiro processo de
recuperação e relançamento da economia - que continua num círculo vicioso de
recessão-estagnação, apesar de uma conjuntura externa favorável -, nem tão
pouco de inversão da mais brutal regressão social que atingiu o país desde o
regime fascista.
A real evolução da
situação económica fica clara: no crescimento anémico do PIB, que se mantém ao
nível de 2001; numa dívida pública que a cosmética dos pagamentos antecipados,
contraindo mais dívida para o efeito, não alterou, mantendo-se o seu carácter
insustentável e que atinge 130% do PIB e um encargo de 60 mil milhões de Euros
de juros entre 2014 e 2020; numa produção nacional em retrocesso, devido à
desindustrialização, à implosão da construção civil e a novos constrangimentos
na agricultura e nas pescas, sendo significativo que a quantidade de pescado
desembarcado pela frota nacional em 2014 tenha sido o mais baixo desde que há
estatísticas; num investimento que caiu para cerca de metade em cinco anos e
que não se pode confundir com os capitais estrangeiros que circulam nas
privatizações; numa balança externa sem alterações sustentáveis, em que
qualquer avanço das exportações é anulado pelas importações; num mercado
interno que, com oscilações, continua em paralisia.
O Comité Central
considera que o prosseguimento da política de direita aprofundou a dependência
estrutural e a submissão da economia aos interesses dos monopólios em grande
medida transnacionais e determinou a subordinação do poder político ao poder
económico. A grande maioria do capital da PT, EDP, REN, GALP, BPI, BCP, BRISA,
CTT, ANA, CIMPOR, está nas mãos de interesses estrangeiros. Prosseguem negócios
ruinosos para os interesses nacionais, como o saque das PPP, a privatização da
TAP e a entrega ao grande capital de outras empresas públicas de transportes.
Prossegue a projectada entrega ao grande capital de empresas públicas na área
do ambiente, designadamente pela privatização da EGF e pela fusão dos sistemas
multimunicipais de abastecimento de água e saneamento e a sua abertura ao
capital privado.
As privatizações
reconstituíram os monopólios que hoje dominam a economia em prejuízo do
interesse nacional. Cresceu a saída do país de volumosas verbas de lucros, o
Estado perdeu receitas fiscais e dividendos das empresas privatizadas, com o
consequente agravamento do défice orçamental. As privatizações reduziram a
capacidade do Estado para intervir no ordenamento do território, combater as
assimetrias e promover um desenvolvimento equilibrado.
Os trabalhos da
Comissão de Inquérito ao caso BES/GES, proposta pelo PCP, que agora terminaram,
permitiram pôr em evidência a natureza predatória e os critérios de
funcionamento da banca e dos grupos monopolistas, o carácter ficcional da
“regulação”, bem como a indispensabilidade do controlo público da banca,
enquanto condição para uma política de desenvolvimento económico soberano do
país.
2. O Comité Central considera que a degradação das condições de
vida, os baixos salários e pensões, o desemprego, a precariedade, a redução do
número de beneficiários de importantes prestações sociais, - como o complemento
solidário para idosos, o rendimento social de inserção, o subsídio pré-natal e
o abono de família -, o empobrecimento dos trabalhadores e do povo, criaram uma
situação social dramática: 2 milhões e 700 mil portugueses vivem abaixo do
limiar da pobreza; nestes cinco anos os postos de trabalho foram reduzidos em
meio milhão e os desempregados, em sentido lato, passaram de 653 mil para 1
milhão e 200 mil; estão no desemprego 35% dos jovens e só 23% dos desempregados
recebem subsídio; foram expulsos do país, para a emigração, meio milhão de
portugueses, numa dimensão sem paralelo desde que há registos. Acentuam-se a
política de injustiça fiscal e as desigualdades sociais.
Um quadro agravado
significativamente com a reconfiguração do Estado, ao serviço do capital
monopolista, que prossegue, fragilizando o sistema público de segurança social,
desorganizando o Serviço Nacional de Saúde e a sua capacidade de resposta,
degradando a Escola Pública, desvalorizando o Sistema Científico e Tecnológico,
subalternizando a cultura, ferindo profundamente a autonomia do Poder Local e
comprometendo a prestação de serviços públicos e o seu carácter universal com a
tentativa de impor a chamada “municipalização”. Os cortes de milhares de
milhões de euros nas funções sociais do Estado, a que pretendem somar um novo
corte de 380 milhões nos serviços públicos e de 600 milhões na Segurança
Social, acentuaram o rumo de destruição e degradação dos serviços públicos e a
privatização de serviços essenciais e de empresas estratégicas, que debilitam e
suprimem os direitos sociais dos portugueses.
3. O ataque aos direitos dos trabalhadores é o que melhor
identifica a natureza de classe da política de direita do PSD, CDS e PS. Esse
ataque, designadamente para impor mais tempo de trabalho não pago, a
desregulação, mais precariedade, desemprego e redução de salários, direitos e
protecção social, constitui o eixo fundamental do agravamento da exploração dos
trabalhadores, ao serviço dos interesses do capital monopolista. A ofensiva
continuada contra as 35 horas de trabalho semanais e o ataque à contratação
colectiva para “acertar contas” com as conquistas laborais alcançadas com a
Revolução de Abril continua e ameaça intensificar-se.
4. O Comité Central considera que, nos últimos anos, se agravou o
domínio do poder económico sobre o poder político e a degradação do regime
democrático. Os portugueses foram expropriados do poder de decisão sobre
questões essenciais da vida do país, transferidas para estruturas da União
Europeia com o Pacto de Estabilidade, o Tratado Orçamental, a governação
económica, opções contrárias aos interesses nacionais, mas apoiadas pelo PS,
PSD e CDS que legitimaram a intervenção estrangeira no país e que implementaram
uma política externa e de defesa de subordinação ao imperialismo, esvaziando a
democracia e a independência e a soberania nacionais.
A sucessão de casos
como os “vistos Gold”, as negociatas da especulação financeira, os
escândalos da corrupção, a promiscuidade entre cargos públicos e interesses
privados, situações que conduziram a demissões de membros do governo e estão em
confronto com a Constituição da República, expressam a degradação do regime
democrático e põem em causa o normal funcionamento das instituições, que há
muito deviam ter conduzido à demissão do governo.
Nestes últimos
anos, o PSD/CDS, com a cobertura do PS, fez aumentar as violações de direitos e
liberdades, para bloquear e negar a negociação da contratação colectiva, para
limitar o direito à greve e os direitos de reunião, manifestação e propaganda e
tenta agora novas medidas que legalizem a discriminação, nomeadamente do
PCP-PEV, na cobertura pela comunicação social das campanhas eleitorais. Na
justiça, o governo acentuou as tentativas de interferência nas investigações,
desqualificou a Polícia Judiciária e aprofundou o conteúdo de classe de uma
justiça de difícil acesso aos trabalhadores e às populações, agravada com o
fecho de tribunais e com o ataque à independência das magistraturas. As Forças Armadas
foram afastadas do seu papel constitucional e postos em causa aspectos
nucleares da condição militar. Prosseguiu o desinvestimento na segurança das
populações, a concentração de efectivos, o fecho de esquadras e a degradação
das condições de trabalho. Os Serviços de Informações estão à margem de
qualquer fiscalização democrática e envolvidos em escutas e intercepções
ilegais de comunicações, que governo e PS tentam agora legalizar, apesar da
inconstitucionalidade flagrante da sua proposta.
O Comité Central
denuncia as manobras do governo PSD/CDS com a cumplicidade do Presidente da
República, como ficou mais uma vez patente nas comemorações de 10 de Junho,
para iludir as suas responsabilidades na situação do país, as nefastas
consequências da sua acção e os projectos para a prosseguir, a ampla condenação
e perda da base social que a sua política tem provocado e que o conduzirá à
derrota.
5. O Comité Central alerta para os planos de aprofundamento dos
principais pilares da União Europeia – nomeadamente o seu intervencionismo no
plano da NATO e da União Económica e Monetária – que, a concretizarem-se,
representariam a acentuação do seu carácter federalista, neoliberal e
militarista e acrescidas e mais gravosas limitações à soberania nacional.
O Comité Central
alerta para os perigos da ofensiva belicista do imperialismo na Europa, de que
é exemplo o reforço das forças da NATO no leste da Europa e os seus contínuos
exercícios militares, como o anunciado para o final de Setembro em Portugal,
Espanha e Itália, que o PCP desde já condena.
O Comité Central
condena o processo de ingerência e chantagem da União Europeia e do FMI contra
o povo grego e as suas opções, que procura impor o prosseguimento e
intensificação da política ao serviço do grande capital e do directório de
potências da UE, política que está na origem da catastrófica situação económica
e social daquele país.
O Comité Central
condena a inaceitável postura de alinhamento do governo PSD/CDS e do Presidente
da República no processo de pressão contra o povo grego, que é contrária aos
interesses do povo e do país.
Face aos
desenvolvimentos da situação, quando se anuncia a realização de um referendo na
Grécia no dia 5 de Julho e se multiplicam factores de desestabilização, o PCP
reafirma a sua firme condenação das manobras da União Europeia e do FMI contra
este país.
Este processo vem
confirmar que a “União Europeia da coesão e da solidariedade” não existe. Nas
chamadas “negociações” e nas decisões do Eurogrupo, a UE e o FMI nunca
estiveram interessados em solucionar os graves problemas do povo e da economia,
mas sim impor uma maior e mais brutal exploração dos trabalhadores e do povo
gregos e uma nova extorsão dos recursos daquele país. Tendo o euro como um dos
seus principais instrumentos de domínio económico e político pelo grande
capital, a União Europeia não hesita em espezinhar valores fundamentais
hipocritamente proclamados - como a democracia – para, humilhando e esmagando a
vontade soberana de um povo, tentar eternizar as políticas de exploração dos trabalhadores
e de favorecimento do grande capital.
O PCP reafirma a
sua solidariedade aos trabalhadores e ao povo gregos, que resistem e lutam
contra as imposições da União Europeia e do FMI, exigindo respeito pelo seu
direito a tomar opções soberanas em defesa dos seus direitos e interesses.
O PCP reafirma que
a gravidade da situação e a violência da ofensiva contra os povos exige uma
posição firme de defesa da soberania face aos instrumentos de dominação da
União Europeia e do grande capital.
No ano em que se
assinala o 70º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, o Comité Central
saúda e realça a importância da luta dos trabalhadores e dos povos que, em
condições muito diversificadas, resistem à ofensiva do grande capital,
nomeadamente na Europa, onde numerosas lutas têm tido lugar, face à violenta
regressão social que a União Europeia pretende impor.
6. O Comité Central considerou que, nas eleições regionais da
Madeira de 29 de Março, a CDU alcançou um importante resultado, avançando em
percentagem (5,54%), em número de votos (7060) e elegendo dois deputados. Os
resultados das eleições regionais confirmam as condições positivas para a
intervenção e o reforço do PCP e da CDU na Região Autónoma da Madeira e
constituem um factor de confiança reforçada para a CDU em todo o país, na
preparação das eleições legislativas.
7. O Comité Central salienta o desenvolvimento da luta de massas
que se verificou nos últimos meses, em particular a jornada nacional de 7 de
Março promovida pela CGTP-IN com manifestações em todo o país, as comemorações
do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, a marcha nacional “Juventude em
Marcha – Trabalho com direitos! Contra a precariedade e a exploração” que
culminou com a manifestação de 28 de Março em Lisboa, a jornada nacional
promovida pelo MURPI a 11 de Abril em todo o país, as comemorações do 25 de
Abril e a grande jornada do 1º de Maio.
O Comité Central
saúda as lutas desenvolvidas em diversos sectores, de que se destaca a greve
nacional dos trabalhadores da Administração Pública a 13 de Março, a greve dos
enfermeiros, dos trabalhadores da função pública do sector da saúde, dos
trabalhadores não-docentes, dos guardas prisionais, a manifestação dos
professores de 20 de Junho, a concentração de 26 de Junho promovida pela Frente
Comum dos Sindicatos da Administração Pública. As lutas no sector dos
transportes, nomeadamente STCP, Carris, Metropolitano de Lisboa, EMEF, Refer,
CP, CP Carga, Atlantic Ferries, empresas rodoviárias de passageiros e
mercadorias. E em inúmeras empresas e sectores, designadamente, hotelaria,
Renault Cacia, EFACEC e BA Vidro. A iniciativa Cultura em Luta, promovida por
mais de 60 organizações, com expressão em Almada, Coimbra e Lisboa. Nestes
processos de luta, salienta-se a unidade, a determinação e a combatividade dos
trabalhadores no enfrentamento da acção do governo e do patronato, resistindo à
ofensiva e alcançando objectivos, como aumentos de salários, defesa de horários
de trabalho, derrota de acções repressivas e passagem a efectivos de
trabalhadores com vínculos precários.
O Comité Central
salienta a importância do desenvolvimento da acção reivindicativa e das lutas
dos trabalhadores e das populações em defesa dos interesses, dos direitos e da
melhoria das suas condições de vida e que é indissociável da ruptura com a
política de direita e da concretização de uma política patriótica e de esquerda
que responda às suas necessidades e anseios e coloque o país no rumo do
progresso e da justiça social.
III - CDU - A força do povo por uma política
patriótica e de esquerda
1. O Comité Central reafirma a importância das próximas eleições
para a Assembleia da República, pelo seu significado na luta pela ruptura com a
política de direita e na construção de uma política alternativa patriótica e de
esquerda. Eleições de iniludível significado para todos quantos estão
empenhados em assegurar, pela ruptura com a política de direita, as condições
para dar resposta aos problemas do País, travar e inverter o perigoso e
inquietante rumo de exploração, empobrecimento e declínio nacional em curso.
Uma importância
confirmada pelos projectos que, mais ou menos dissimuladamente, os partidos da
política de direita – PS, PSD e CDS – têm em preparação para perpetuar, com
esta ou aquela alteração marginal, o essencial da política de exploração,
empobrecimento e dependência que conduziu Portugal à situação de declínio
económico e retrocesso social. Por mais insistentes e artificiais manobras para
procurar apresentar em confronto os programas eleitorais de PS e PSD/CDS, a
verdade é que eles se baseiam nas mesmas premissas e orientações que estão na origem
da política de esmagamento dos rendimentos e direitos dos trabalhadores e do
povo impostos pelos PEC do governo PS e pelo Pacto de Agressão subscrito pelo
PS, PSD e CDS-PP com a troika estrangeira. Programas que, partindo de idênticas
opções quanto à submissão ao garrote da dívida, às regras orçamentais impostas
pela União Europeia, à subordinação ao poder do capital monopolista, conduzem a
idênticas consequências quanto à continuação, com esta ou aquela diferença de
ritmo, da redução real do valor dos salários e pensões, em novos cortes nas
funções sociais, na manutenção das normas gravosas da legislação laboral e da
caducidade da contratação colectiva, na acentuação da precariedade dos vínculos
de trabalho, no prosseguimento da alienação de sectores estratégicos, na
continuada injustiça fiscal.
2. A apresentação no próximo dia 7 de Julho do Programa Eleitoral
do PCP com vista à concretização de uma política alternativa, patriótica e de
esquerda adquire assim redobrada importância. Um Programa baseado na vida e na
realidade nacionais, fundado nas aspirações e interesses populares, construído
ao longo de meses (anteriores e posteriores ao Encontro Nacional realizado a 28
de Fevereiro) em múltiplas iniciativas dirigidas à audição e contribuição de
inúmeras organizações, democratas e patriotas. Um Programa, que como foi
sublinhado na divulgação, a 26 de Maio, dos seus objectivos e eixos essenciais,
comprova que há solução para os problemas nacionais, que há uma política capaz
de assegurar o desenvolvimento do país, o progresso social, a elevação das
condições de vida dos trabalhadores e do povo.
Um Programa de
ruptura que assume, perante o confronto com constrangimentos e condicionalismos
que comprometem o direito de Portugal a um desenvolvimento soberano, a opção
clara pelos direitos dos trabalhadores e do povo português, pela independência
e soberania nacionais, pela afirmação dos valores e princípios que a
Constituição da República consagra.
Um Programa que
assume a ruptura com o poder do capital monopolista, com a submissão à União
Europeia, e com os seus instrumentos de dominação, como condição necessária e
indispensável à afirmação de um Portugal com futuro.
A inadiável ruptura
com a política de direita que abra caminho à construção de uma política
alternativa, patriótica e de esquerda, constitui um imperativo nacional, uma
condição para assegurar um Portugal com futuro, de justiça social e progresso,
um país soberano e independente. Uma política que seja capaz de libertar
Portugal da dependência e da submissão, recuperar para o país o que é do país,
devolver aos trabalhadores e ao povo os seus direitos, salários e rendimentos.
São esses objectivos que o Programa Eleitoral do PCP inscreve e cuja
concretização será tão mais próxima quanto mais forte for a influência política
e eleitoral do PCP e da CDU.
3. A poderosa Marcha Nacional do passado dia 6 de Junho convocada
pela Coligação Democrática Unitária PCP-PEV constitui uma expressão da
convergência dos democratas e patriotas e uma grande afirmação da força do povo
e do que ela representa enquanto testemunho de que está na mão dos
trabalhadores e do povo, na sua confiança, na sua determinação e vontade, dar
expressão à construção de real uma política alternativa.
O Comité Central
reafirma a sua inteira disponibilidade para ampliar a convergência dos
democratas, dos patriotas e de todas as forças sinceramente empenhados na
construção de uma política alternativa. Uma convergência construída num
programa claro de ruptura com a política de direita e de afirmação de um
Portugal com futuro. Uma convergência tão mais possível e realizável quanto se
ampliar a força e influência política e eleitoral da CDU. Força necessária e
insubstituível à concretização de uma alternativa política, o PCP reafirma que,
pelo seu projecto, acção e coerência, está pronto para assumir todas as
responsabilidades que o povo português lhe queira atribuir na concretização
dessa política e no governo do país.
4. A concretização com êxito da acção nacional de contacto e
esclarecimento lançada no início do mês, o desenvolvimento das iniciativas de
“diálogo e acção” e dos encontros “no concelho e no país soluções para uma vida
melhor”, a projecção e valorização das candidaturas da CDU, a par de uma
programação que assegure um amplo contacto nos sectores e locais prioritários e
nos novos pólos de presença decorrentes do período estival, constituem
elementos centrais para a concretização da campanha eleitoral. O Comité Central
do PCP apela aos militantes e organizações do PCP e da JCP, aos activistas da
CDU, para que construam uma campanha baseada numa mobilização confiante, na
acção de esclarecimento directo que permita dar a conhecer as soluções para o
País, que alargue o debate e a contribuição sobre a política alternativa
necessária para responder aos problemas nacionais, que amplie a corrente de
apoio e alargamento unitário a que a CDU dá expressão, que afirme com confiança
a possibilidade de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
IV - Reforçar a organização e a intervenção do
Partido
1. O Comité Central destaca a intensa, profunda e alargada
intervenção desenvolvida pelo Partido nos últimos meses, respondendo à situação
e tomando a iniciativa, e aponta a necessidade da dinamização da intervenção
política e da luta de massas.
O Comité Central
apela, no seguimento da importante dinâmica da acção da CDU que teve uma
notável expressão na Marcha Nacional «A força do povo», ao prosseguimento e
intensificação duma intervenção confiante, ao desenvolvimento de uma grande
campanha política de esclarecimento e mobilização, para o reforço da CDU,
Coligação Democrática Unitária, PCP-PEV nas eleições para a Assembleia da
República, condição indispensável para a ruptura com a política de direita e
para a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda.
O Comité Central
salienta a prioridade que constitui a preparação da 39.ª edição da Festa do
«Avante!» que se realizará nos dias 4, 5 e 6 de Setembro e destaca o
desenvolvimento da campanha nacional de fundos «Mais espaço, Mais Festa. Futuro
com Abril» e a importância de medidas para prosseguir e ampliar o avanço que se
verifica.
2. O Comité Central reafirma a importância e actualidade das
direcções de trabalho apontadas na Resolução “Mais organização, mais
intervenção, maior influência. Um PCP mais forte” e destaca importantes êxitos
obtidos.
Destaca-se o avanço
verificado na acção de contacto com os membros do Partido para a elevação da
militância, a entrega do cartão de membro do Partido e a actualização de dados,
já finalizada ou próximo disso em algumas organizações, com atrasos em outras,
e os resultados positivos da sua realização e coloca-se a necessidade de
prosseguir o trabalho e de adoptar novas medidas de quadros e de direcção para
que seja finalizada em todas as organizações.
Destaca-se o grande
êxito da campanha nacional de recrutamento “Os valores de Abril no futuro de
Portugal”, com a adesão de 2127 novos militantes, ultrapassando o objectivo
fixado de 2 mil, com significado político e um importante acrescento de novas
forças e capacidades ao colectivo partidário que é necessário aproveitar
plenamente assegurando a integração dos novos militantes (definindo com cada um
o organismo em que se integra e a tarefa que deve desenvolver). A situação que
vivemos coloca a necessidade e importância de prosseguir um largo trabalho de
recrutamento de novos militantes concretizando as potencialidades existentes.
O Comité Central
regista avanços noutras direcções de trabalho de reforço do Partido e salienta
a importância da responsabilização de quadros, da estruturação para o trabalho
de massas, em particular do reforço da organização e intervenção nas empresas e
locais de trabalho, da divulgação da imprensa partidária e do trabalho de
propaganda, das medidas para assegurar a independência financeira do Partido.
3. O Comité Central apela às organizações e aos militantes do
Partido para que, confiando na classe operária, nos trabalhadores, na juventude
e no povo português, desenvolvam a luta de massas, alarguem a intervenção
política, façam da preparação das eleições legislativas uma grande campanha
política de massas, de esclarecimento e mobilização para o voto na CDU, batalha
de grande importância para a ruptura com a política de direita e a afirmação de
uma política patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril.
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