O Partido Comunista
Português expressa o seu profundo pesar pelo falecimento de Nelson Mandela e
transmite ao povo sul-africano e às forças progressistas e revolucionárias da
África do Sul as suas mais sentidas condolências e a solidariedade dos comunistas
portugueses perante a dolorosa perda do dirigente histórico da luta do povo
sul-africano contra o apartheid e pela conquista da liberdade, democracia e
progresso social.
Nelson Mandela
desde muito cedo se identificou com as aspirações de liberdade e justiça do seu
povo, dedicando a sua vida à luta contra o regime explorador e opressor do
apartheid na África do Sul. Participou desde 1942 no Congresso Nacional
Africano, e foi fundador, em 1944, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, da sua
Liga Juvenil. Na sequência do massacre de Sharpeville, perpetrado pela polícia
sul-africana, e da ilegalização do ANC, em 1960, Nelson Mandela conduziu a luta
armada do ANC contra o apartheid.
Em 1962, Nelson
Mandela foi preso, vindo a ser condenado a prisão perpétua. Em 1985 foi-lhe
negada a liberdade condicional por se recusar a renegar a luta armada do seu
povo contra o apartheid. Após 28 anos na prisão, em 1990, culminando a heroica
luta do povo sul-africano e uma campanha de solidariedade e de exigência da sua
libertação desenvolvida ao nível mundial pelas forças progressistas, Nelson
Mandela viria a ser libertado, tomando o seu lugar na direção do processo que
conduziria ao fim do hediondo regime de apartheid. Em 1991, seria eleito
Presidente do ANC, substituindo Oliver Tambo, e em Maio de 1994 foi eleito
Presidente da República da África do Sul, tendo exercido esta função até 1999.
Nelson Mandela
permaneceu até 2008 integrado na lista das personalidades consideradas
terroristas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
O falecimento de
Nelson Mandela é uma enorme tristeza para todos aqueles que no Mundo consideram
a sua vida um elevado exemplo de coragem, de dignidade e de total entrega à
causa da liberdade, da justiça e do progresso social.
O PCP recorda que a
Revolução portuguesa – a Revolução de Abril –, nos seus dois anos de
existência, pondo fim ao regime fascista e colonialista português e solidária
com a luta de libertação nacional dos povos africanos, contribuiu para o
isolamento do apartheid e do colonialismo na África.
O Partido Comunista
Português reafirma a sua solidariedade de sempre ao Congresso Nacional Africano
(ANC), ao Partido Comunista da África do Sul (SACP) e ao Congresso dos
Sindicatos da África do Sul (COSATU) – forças da Aliança Tripartida –, com a
confiança que através da sua unidade e determinação construirão os caminhos
para a concretização do programa de profundas transformações que, dando solução
aos complexos problemas com que se confronta a África do Sul, responda aos
anseios do seu povo.
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