É certo e sabido que o capitalismo nunca foi muito
respeitador dos sentimentos profundos das populações, da sua história e
tradições, da sua cultura. Mas também é sabido, é a vida que o mostra, que há
sempre quem apareça para a assumir atitudes de claro desrespeito por esses
sentimentos, por essa história, pelas
tradições, pela cultura das populações.
Vem isto a propósito do que se tem passado nos últimos
tempos na região de Azeitão e de que se
dão alguns exemplos.
Com pompa e circunstância foram inaugurados uma rotunda e um
parque em Vila Nogueira de Azeitão, ambos perto da Quinta da Bassaqueira. Ainda
assim, tanto a rotunda como o parque ganharam o nome de um vinho que vai buscar
o nome a um monumento nacional que fica a 3km de distância. Isto por si só é
grave e fere a memória, cultura e história de ambas as freguesias, mas Azeitão
no Coração ainda foi mais longe.
Essa rotunda da “Bacalhôa”
e o “Azeitão Bacalhôa Parque” vai
ficar para sempre com o nome de uma empresa de vinhos. A região assiste à venda
de espaço público para publicidade a vinhos. Que mecenato é este que só ajuda
na melhoria da região se vir o seu nome escarrapachado em cada obra? Que
executivo de S. Lourenço é este que vende assim espaço público para mostrar que
tem obra feita? O mesmo se aplica a outra rotunda noutra entrada em Vila
Nogueira com publicidade à José Maria da Fonseca, vinhos portanto.
A continuar a permitir-se que se continue a percorrer este
caminho, Azeitão será irreconhecível e a sua identidade histórica estará
completamente desrespeitada. Existem muitos painéis publicitários na região
prontos a receber esta publicidade, não sendo preciso o uso de obras e espaços
públicos para isso. A continuar a este ritmo toda a identidade e história de
Azeitão estará privatizada e desonrada com o nome da empresa que decida
contribuir para obras na região. Esta bebedeira de medidas tomadas tem de ter
um fim.
O PCP e os seus organismos locais estaram sempre ao lado das
populações na luta contra estes atropelos, contra o que são a identificação histórica e o
respeito pelo que é de todos e não de interesses obscuros, mesquinhos e
egoístas.
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