1. O atual Governo
“premeia” os reformados, pensionistas e idosos com a manutenção em 2015 da
suspensão da atualização anual das pensões e do Valor do Indexante de Apoios
Sociais (IAS) a vigorarem desde 2011. Decisão que vem agravar as suas condições
de vida e que é expressão da política de direita que continua a colocar
Portugal nas posições cimeiras dos países da UE com elevado nível de pobreza
entre os idosos e os mais baixos valores de reformas e pensões.
De facto, o que o Governo acaba de decidir é:
- A manutenção dos
valores das pensões mínimas do regime geral da Segurança Social para quatro dos
seus cinco escalões cujos montantes se mantêm, desde 2010, entre os 274,79 e os
379,04 euros;
- O aviltante
“aumento” de 9 cêntimos diários na pensão mínima para o período contributivo
inferior a 15 anos passando o seu valor de 259,36 euros para 261,95 euros;
- O prolongamento
do congelamento das pensões mínimas do regime convergente da Caixa Geral de
Aposentações cujos valores se mantêm há cinco anos entre os 272,78 e os 404,44
euros;
- Um “aumento” de 8
cêntimos diários para as pensões com um período contributivo de 5 a 12 anos
passando de 242,39 para 244,81 euros, e as com um período de mais de 12 e até
18 anos que passaram de 252,65 para 255,18 euros;
- A pensão social
do regime não contributivo da segurança social passou de 197,55 euros para 201,
53 euros.
O PCP destaca o
contraste gritante e chocante de um País que é tido por proporcionar boas
condições de vida para reformados de outros países que nele queiram viver
quando, em contrapartida, a política de direita viola os mais elementares
direitos e condições de vida da esmagadora maioria dos três milhões de
portugueses que são os reformados, pensionistas e idosos.
2. Como o PCP tem
advertido, o atual Governo prossegue, a pretexto do Pacto de Agressão assinado
pelo PS, PSD e CDS-PP, o seu objectivo de institucionalizar para o futuro os
baixos valores de reformas para o conjunto dos reformados, pensionistas e
idosos, bem como a redução dos valores e do número de beneficiários de outras
prestações e apoios sociais. Importa recordar, que o valor do IAS se mantém nos
419 euros desde 2009, ao mesmo tempo que se regista a continuada redução do
número dos que recebem o complemento solidário para idosos, o abono de família,
o subsídio de desemprego e o rendimento social de inserção, entre outros apoios
sociais.
Acresce um novo
aumento da idade de reforma para os 66 anos e 2 meses, o prosseguimento da
redução do valor das reformas em 2015 em resultado da aplicação do factor de
sustentabilidade que penaliza os trabalhadores que passam à condição de
reformados.
3. Este caminho não
é uma fatalidade. A ruptura com a política de direita que PS, PSD e CDS vão
impondo há décadas é condição necessária e indispensável a uma política
patriótica e de esquerda que assegure a valorização dos salários e das pensões,
a defesa do Sistema Público de Segurança Social e o respeito pelos seus
princípios, que garanta o direito de todos os portugueses à proteção social, o
respeito pela relação existente entre os descontos para a Segurança Social e o
direito à pensão e à sua atualização anual.
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